terça-feira, 24 de maio de 2022

 Em construção

VIAGEM DE 

CIRCUM-NAVEGAÇÃO

 1519 –1522


 



Rumo da viagem




Em 1505 embarcou para a Índia na armada do Vice-Rei D. Francisco de Almeida. Permaneceu no Oriente ao longo de oito anos (Goa, Cochim e Quíloa), o que lhe permitiu recolher informações privilegiadas sobre os lugares produtores de especiarias.

De regresso a Lisboa, em 1513 participou na tomada de Azamor. Foi acusado de irregularidades na repartição de despojos em consequência disso D. Manuel recusou dar-lhe a recompensa a que se sentia com direito.

Com a experiência náutica e conhecimentos astronómicos e geográficos que tinha começou a imaginar que navegando para Ocidente poderia encontrar passagem para o Pacífico através do Atlântico Sul. Tinha o apoio do cosmógrafo português Rui Faleiro e irmão Francisco Faleiro.

Em 1517 apresenta, em Sevilha, esse projecto ao Rei Espanhol, Dom Carlos I.

Conseguida a aprovação, o rei espanhol dá-lhe o comando da expedição.

 



Juan Sebastián Elcano foi um navegador e explorador espanhol.
Completou a primeira circum-navegação do mundo, planeada e iniciada por Fernão de Magalhães.
Elcano assumiu o comando após a morte de Magalhães em 1521 nas Filipinas e comandou a nau Victoria, o único navio a retornar a Espanha após dar a volta ao mundo
.Em 1525 partiu para a segunda volta ao mundo liderada por Loaísa, enviado para reclamar as Molucas para o rei Carlos I da Espanha, vindo a morrer de escorbuto. no Oceano Pacífico.



No dia 20 de Setembro de 1519, uma esquadra de cinco navios:

San António, Concepcion, Victória, Santiago e Trinidad (Capitânia)

com cerca de 250 homens, onde se incluíam 40 portugueses, levantou ferro em Sanlúcar de Barrameda, na Andaluzia, e fez-se ao Atlântico.

 


No comando da expedição e da nau Trinidad estava o Capitão-Mor português Fernão de Magalhães, não ao serviço do Rei de Portugal, D. Manuel I mas do monarca Espanhol, D. Carlos I, futuro Imperador Carlos V.

O grande objectivo era chegar às Molucas (Ilhas das Especiarias) sem contornar a África mas navegando sempre para Ocidente de modo a resolver o problema criado pelo Tratado de Tordesilhas que impedia os castelhanos de chegar à Índia navegando pelo Cabo da Boa Esperança.

“O Tratado de Tordesilhas foi o tratado que teve maior impacto mundial, inclusive até ao dia de hoje, nunca houve nada assim tão global e permitiu a Portugal ter o exclusivo da zona mais desejada, das especiarias e afins, durante 100 anos”. 
Essa conquista portuguesa está relacionada com o “muito mais avançado conhecimento dos mares e do Atlântico da geografia, da cosmografia, da cartografia, do regime dos ventos, por parte dos portugueses” em relação aos espanhóis e aos outros povos europeus da época

A VIAGEM...

 

Diário de Bordo

 

CAPITÃO DA ARMADA

Fernão de Magalhães

MONARCAS

Portugal - D. Manuel I
Espanha - D.. Carlos I, futuro Carlos V, Imperador  Sacro Império Romano-Germânico.(*)

Viagem ao serviço de Espanha, Rei Carlos I
Magalhães (Porto 1480-1521) planeou e comandou a viagem..
Morreu nas Filipinas (1521) num recontro com o chefe de uma tribo
Sebastião Elcano (1476-1526) comandou o regresso em 1522.

PORTO DE SAÍDA
Sevilha 10 de Agosto de 1519.
Sanlucar de Barrameda 20 Setembro de 1519

 

NAUS da ARMADA

TRINIDAD capitão Fernão de Magalhães  -  Piloto Estêvão Gomes

SANTO ANTONIO (**) Capitão Juan de Cartagena - Piloto Juan Rodriguez Mafra

VITORIA (***)  - Capitão Luiz de Mendonza  -  Piloto Vasco Galego

CONCEPCIÓN  - Capitão Gaspar de Quesada  - João Lopes Carvalho (português)

SANTIAGO  - Capitão Juan Serrano  -  Piloto Juan Serrano (****)

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(*) Carlos V (Carlos I de Espanha) Imperador do Sacro-Império Românico-Germânico em 1527 casa com a Princesa Isabel de Portugal, filha do rei Manuel I de Portugal e de sua esposa Maria de Aragão e Castela (Lisboa, 24 de outubro de 1503 – Toledo, 1 de maio de 1539) e nasce Filipe que será o futuro rei de Espanha e Portugal Filipe II e I, respectivamente. Foi esposa de Carlos V / I e Rainha Consorte da Espanha de 1526 até sua morte e também Imperatriz Consorte do Sacro Império Romano-Germânico a partir de 1530.

(**) A nau de Santo Antonio, comandada por Juan de Cartagena (homem arrogante e acérrimo inimigo de Magalhães), em 8 Novembro de 1520, rebelou-se. Julgado e condenado o comando foi entregue a Antonio de Coca e posteriormente a Álvaro de Mesquita. Já com o Pacífico à vista desertou e com os seus 55 tripulantes regressaram a Sevilha onde chegaram, sem honra nem glória, a 6 de Maio de 1520.

(***) A nau Victoria foi a única a fazer toda a viagem. Era um navio biscainho com 85 toneis

(****) A nau Santigo, em 3 de Maio de 1520 afunda-se

  CARTÓGRAFOS

Portugueses, os irmãos Faleiro. Rui e Francisco Faleiro, ambos profundos conhecedores nas ciências de navegação e lideres científicos do planeamento da viagem mas que não chegaram a embarcar por doença

TRIPULNTES DA ARMADA 

240 - 236 embarcados em Sanlucar de Barrameda e mais 4 entrados em Tenerife.
Sendo seguramente 34 portugueses (talvez 40); Italianos 26; Franceses 19; Gregos 9; Flamengos 5;Alemães 4; Irlandeses 2 e Ingleses 1
(Há relatos que apontam 270 tripulantes).
Foi a expedição mais longa e mais dramática dos Descobrimentos.

PORTUGUESES QUE COMPLETARAM A VIAGEM

Álvaro Mesquita, Estremoz, da nau Trinidad  depois de 16-12-1519 Capitão da nau Santo Antonio.

António da Costa da nau Santiago, Escrivão

António Fernandes, da nau Santo António, um dos regressou depois do motim.

Estêvão Gomes, da nau Santo António, regressou depois do motim.

Francisco Rodrigues, nau Concepcion depois da nau Victoria, Marinheiro.

Gaspar Dias da Graciosa, da nau Santiago depois Santo Antonio e a seguir Victoria, despenseiro.

Gonçalo Fernandes, nau Concepcion depois Trinidad (ficou na Ilha de Borneu em 29-07-1521). 

CRONISTA da EXPEDIÇÃO

Antônio Pigafetta, italiano. (cujo estatuto era relatar a viagem e não era fazer parte da tripulação.

(Livro «Relazione del Primo Viaggio Intorno Al Mondo» publicado em Paris por volta de 1524 e oferecido a Dom Carlos I. 

TEMPO GASTO

A Viagem de Circum-navegação teve a duração de 3 anos e 14 dias.


A Armada nas águas geladas do Estreito 


VIAGEM de CIRCUM-NAVEGAÇÃO


FITA do TEMPO

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 1  Partida de Sanlucar


San Juan - Baia escolhida para invernar, A paragem durou 4 meses e 24 dias.

Em 3 de Maio de 1520 Naufrágio da Nau Santiago. Comandante Juan Serrano com 37 tripulantes conseguiram salvar-se todos excepto um.

8 Novembro de 1520 a nau Santo António aproveitou uma exploração numa ramificação do Estreito, escondeu-se no canal e desertou sob ordens de Estêvão Gomes que aprisionou o comandante Álvaro de Mesquita e regressou a Espanha.

A partir daqui a Armada ficou reduzida a 3 navios.

 Estreito de Magalhães passagem do Atlântico para o Pacífico pelo Sul do Novo Continente com cerca de 800 Km, 510 milhas Náuticas que Magalhães fez em 38 dias com registo de coordenadas, mapas e até atribuição de nomes.

A passagem que ligou dois oceanos e deu mais mundo ao Mundo e abriu a porta para a Antártida. Começou a 21 de Outubro de 1520, mais de 1 ano depois da largada de Sevilha. 


Só para lembrar o papel dos portugueses nas DESCOBERTAS

4 ALMIRANTES: (todos PORTUGUESES)

Bartolomeu Dias -  Cabo da Boa Esperança (1487)

Vasco da Gama  -  Caminho Marítimo para a Índia (1498)

Cristóvão Colombo - América (1492)

Fernão de Magalhães - Viagem de Circum-Navegação (1521)

 

5 MONARCAS PENINSULARES

SÉCULO XV  -  D. João II e Reis Católicos

SÉCULO XVI   D. Manuel I e Carlos I

 TRATADO de TORDESILHAS (1492)

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2  Navegação do Pacífico


Morte de Fernando Magalhães em combate em Cebu Filipinas

Nau Concepcion incendiada  por falta de tripulantes.

A Armada reduzida 2 naus: Trinidad e Victoria

A nau Trinidad, inicialmente comandada por Magalhães, depois por Duarte Barbosa e Gonzalo Gomes de Espinoza e que foi a nau capitânia, isto é, o Navio Almirante procurou regressar pelo Pacífico mas perante as muitas dificuldades regressa às Molucas onde foi abordada e queimada pelos portugueses.

 Armada reduzida a uma nau  - Victoria

Juan Sebastian Elcano; capitão da nau Victoria assume o comando e prepara o regresso à Península.

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3  Regresso 


25 Janeiro 1522  A nau Victoria chega a Timor

8 Fevereiro A nau Victoria deixa Timor

19 de Maio 1522  -A nau Victoria passa o Cabo da Boa Esperança,

9 de Julho 1522 chega à Ilha de Santiago

14 de Julho os portugueses prendem 12 tripulantes da nau Victoria e a 4 de Agosto ruma aos Açores para em

6 de Setembro 1522 chegar a Sanlucar de Barrameda com 18 sobreviventes depois de navegar cerca de 7 meses com uma única escala, Ilha de Santiago, Cabo Verde para abastecimento de água e alimentos tudo no maior segredo tendo em conta as disposições do Tratado de Tordesilhas. Mentiram, dizendo que vinham da América mas descobertos, os portugueses capturaram 12 tripulantes.

Conduzidos para Lisboa foram libertados ao fim de algumas semanas.

8 Setembro de 1522 desembarcam em Sevilha.. Oficialmente o fim da expedição depois daqui terem saído em 10 de Agosto de 1519.

Nota 1 - Refira-se que os 18 sobreviventes da "Nao Victoria" não foram os únicos a completar a Viagem.

A estes deveremos acrescentar  12 tripulantes capturados em Cabo Verde pelos portugueses e ainda  5 sobreviventes do Trinidad que mais tarde regressaram a Espanha o que perfaz 35 tripulantes regressados.

Nota 2 - Quatro anos depois, Sebastian Elcano vai encontrar a morte nos mares do Oriente, decorria o ano de 1526

  

Armada à saída de Sanlucar de Barrameda

Vídeo


Instrumentos a bordo:

Nas listas de bordo, são mencionados 21 quadrantes em madeira, 6 astrolábios em metal, 1 em madeira, 35 bússolas e 18 ampulhetas. As ampulhetas mediam o tempo e permitiram aos marinheiros saber que ao regressaram tinham ganho 24 horas na sua volta ao Mundo.
Comprovada esta constatação foi dado o primeiro passo para a criação dos  fusos horários. 
Pilotos e marinheiros desenhavam com maior ou menor precisão os lugares por onde passavam. 
Os cartógrafos melhoravam esses trabalhos e a cartografia desenhou os Mapas.
Desde a Antiguidade que se sabia da esfericidade da Terra mas deve-se a Fernão de Magalhães a prova disso, e mais, foi aos seus marinheiros que se ficou a dever o verdadeiro tamanho do Planeta pois nunca se imaginou que o Pacífico fosse tão grande. Até a realidade cosmográfica se começou a desvendar com o conhecimento de novas estrelas e novas constelações. 
Os ventos,  o conhecimento do regime dos ventos foi fundamental para as navegações do século XV e XVI.


INSTRUMENTOS NÁUTICOS SÉC. XVI


 Anteriormente ao séc. XV os povos marítimos praticavam uma navegação de cabotagem em embarcações pequenas e frágeis.

Com os Descobrimentos e a exploração dos mares ciência de navegação e construção naval dá um grande pulo.

Surgem as Caravelas e logo a seguir as Naus.

Cientistas, de que destacamos Pedro Nunes, desenvolvem a orientação astronómica,  novos instrumentos e novas técnicas de navegação e construção de embarcações e a  cartografia  dá um pulo.

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Portugal à beira mar plantado, desde cedo se voltou para o mar e lançou-se na exploração marítima “dando novos mundos ao Mundo” no dizer do “poeta”

As caravelas embarcações rápidas de dois mastros e velas triangulares eram embarcações claramente talhadas para navegarem a favor e contra os ventos.

A acompanhar, os navegadores portugueses passaram a orientar-se pelos astros, uma vez que não tinham a orientação da linha de costa, e para isso desenvolveram instrumentos como o astrolábio e o quadrante.e foram os primeiros a saber exactamente onde estavam e por onde navegavam longe da costa

Esta tecnologia mudou o mundo da época, favorecendo a navegação para novos mundos. Assim, a época dos Descobrimentos  constituiu a passagem de um mundo a outro, com Portugal a ser pioneiro nessa revolução tecnológica.

Portugal lidera os avanços tecnológicos, construindo novas embarcações, aperfeiçoando instrumentos e dominando a natureza. Os contributos do nosso país para a botânica, medicina, astronomia, cartografia, matemática, geografia e antropologia são de primordial importância, estando na base de novas descobertas. Foi o impacto de toda esta inovação que transformou Portugal na principal potência marítima e económica do séc. XVI.











Carta de Cantino - 1502 - Um das mais antigos planisférios da cartografia portuguesa. É conhecido por "mapa de Cantino" porque este mercador italiano o obteve clandestinamente em Portugal no ano de 1502 e o vendeu ao Duque de Ferrara que mandou fazer uma cópia.
Carta de Mercator 1569 do cosmógrafo e cartógrafo flamengo Gerhard Kramer 
(em latim: Gerardus Mercator)


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